Em uma ação multidisciplinar, equipes da Fiscalização, Vigilância Sanitária, Guarda Civil Municipal, Secretaria de Saúde, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Promoção Social de Itapetininga interditaram uma Casa de Repouso particular idosos que funcionava clandestinamente no Distrito do Morro do Alto, nesta quarta-feira, dia 27.
Foram encontrados 18 idosos que viviam em situação precária, sendo que uma idosa estava trancada em uma casa de boneca e um outro idoso, em um banheiro, caracterizando o crime de maus tratos. O imóvel, conforme informações da fiscalização, estava em péssimas condições de higiene, com ratos, comida pelo chão e sujeira por todos os ambientes. Fortes indícios apontam que os internos passavam fome.
A operação começou após denúncia de irregularidades que chegou ao CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), órgão ligado à Secretaria de Promoção Social. Durante a averiguação, os proprietários impediram a entrada da equipe da prefeitura a diversas dependências do imóvel, fato que levantou suspeitas dos assistentes sociais. Diante da resistência, o CREAS acionou o Ministério Público e obteve uma decisão judicial para averiguar as condições de atendimento e permanência dos idosos. Com o flagrante delito, sem alvarás das licenças legais, a casa foi imediatamente fechada e teve o funcionamento proibido.
De acordo com a informações da equipe da prefeitura, três idosos que estão debilitados, foram levados pelas unidades de resgate do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Municipal “Dr. Léo Orsi Bernardes”. A assistência social já realiza os contatos com as famílias para que possam levá-los para casa, após receberem o atendimento médico necessário.
Os outros 15 idosos seguiram para Espaço da Melhor Idade, onde foram acolhidos, receberam alimentação, avaliação médica e aguardam a chegada de parentes. Prontamente, a entidade Lar São Vicente de Paulo de Itapetininga também está acompanhando esses idosos.
Além da sujeira, segundo as equipes da prefeitura, no imóvel foram constatadas a exposição de fios elétricos, infiltração de água nas paredes e mofo. Após a interdição, as Polícias Militar e Civil foram acionadas ao local. A equipe da perícia da Polícia Civil foi apurar e colher provas sobre a situação. Segundo foi averiguado, os internos apresentavam sinais de desnutrição e, em alguns casos, falta de medicação de rotina. Duas funcionárias eram responsáveis para cuidar dos 18 idosos, preparar a comida e realizar a limpeza da casa. Nenhum médico foi encontrado no local. Ainda, de acordo com um contrato encontrado no interior do imóvel, a clínica particular clandestina cobrava mensalidade para manter os idosos, que alcançava dois salários mínimos.
O caso foi levado ao Plantão Policial onde compareceram agentes da Fiscalização, Guardas Civis Municipais e representantes da Secretaria da Saúde para abertura de Boletim de Ocorrência. As duas proprietárias da Casa de Repouso clandestina também estiveram à Delegacia acompanhadas de seu advogado.
Banheiro utilizado como dormitório
Restos de comida encontrados na geladeira
Área da churrasqueira utilizada como dormitório
Fezes de rato
Área externa
Casa de boneca utilizada como dormitório
Casa de boneca que servia de dormitório era amarrada por fora
Comida no chão
ITAPETININGA