Durante duas horas, mais de 150 adolescentes do “Movimento Jovem” participaram da campanha “Diga não à esmola”, em três bairros de Itapetininga. Eles se dividiram em grupos na Vila Rio Branco, Vila Aparecida e Centro.
Os motoristas que paravam nos semáforos desses cruzamentos, recebiam orientações e panfletos da campanha. “É uma oportunidade para que todos tenham a consciência de que o município não dê esmola e sim, incentive essas pessoas que necessitam que busquem auxílio nos projetos sociais que temos na cidade”, disse a Secretária da Promoção Social.
O objetivo da campanha que a Secretaria da Promoção Social, por meio do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, é de alertar para o crescimento do número de pessoas em situação de rua que se mantém nestas condições graças às esmolas recebidas e que, frequentemente, tem acesso a drogas e outras substâncias por meio da arrecadação conquistada com esta prática.
Esta é a segunda ação, com a entrega de panfletos de orientação e sensibilização e de pit stop nos semáforos com faixas da campanha, em locais considerados pontos de grande abordagem de moradores em situação de rua a motoristas e pedestres.
Segundo a Secretária da Promoção Social, apesar da esmola parecer uma forma de ajuda, os prejuízos a esses moradores em situação de rua são drásticos. “Atualmente a Secretaria da Promoção Social, por meio do CREAS e dos CRAS realiza um trabalho intenso junto a esses moradores e suas famílias em busca do restabelecimento de vínculos. Temos inclusive, em parceria com o Serviço de Obras Sociais – SOS, o trabalho da Casa Rais - referência, apoio e inclusão social. Lá, os moradores têm oficinas e passam por um trabalho integrado para sua reinserção social. O problema é que com as esmolas, o acesso a bebidas e entorpecentes fica extremamente facilitado e isto inibe a presença dessas pessoas em projetos de acolhimento e ressocialização”, destacou.
De acordo com ela, a simples entrega de dinheiro cria uma falsa expectativa para os moradores de rua que se mantêm na atual relação entre mendicância e drogas. Caso a população seja conscientizada, essa cadeia será interrompida. O objetivo é criar um novo caminho, com a integração às políticas públicas, com atendimentos junto a albergues, aproximação com a família e participação de cursos de qualificação profissional.
Segundo o CREAS, durante a primeira edição da campanha, foi realizada uma pesquisa sobre o tema. Foram entrevistadas 78 pessoas, de ambos os sexos. Os resultados demonstraram que 81% dos entrevistados não concordavam com o ato de dar esmolas. Entre as principais justificativas estão a preocupação com o mau uso do dinheiro arrecadado e os prejuízos gerados em consequência disto (uso de drogas, manutenção da vida nas ruas, falta de acesso a condições mais dignas de sobrevivência).
ITAPETININGA