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Um dos grandes desafios deste século tem sido garantir o abastecimento dos grandes centros, unindo técnicas agrícolas à necessidade de se criar uma cadeia sustentável de produção, atendendo ao mercado consumidor, mas, principalmente, priorizando a agricultura familiar, com a resgate de uma perspectiva ecológica, com métodos que gerem maior economia e, ao mesmo tempo, não agridam o meio ambiente.
Essa é a proposta do Projeto Agricultura Regenerativa, criado e desenvolvido pela Prefeitura de Itapetininga e que tem o apoio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável – CDRS.
As análises e implementação da técnica de manejo de solo e colheita diferenciados tem baseado os estudos da secretaria Municipal de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento desde 2017, voltando inclusive, os olhares do Governo do Estado de São Paulo para as videoconferências pautadas na Transição Agroecológica, técnica que orienta a Agricultura Regenerativa e que promove o processo gradual com acompanhamento de transformação das bases produtivas e sociais para recuperar a fertilidade e o equilíbrio ecológico do agroecossistema em acordo com os princípios da Agroecologia.
O cuidado com o solo é um aspecto importante da Agricultura Regenerativa. Graças à suas práticas, é possível recuperar solos empobrecidos e garantir o bom uso deles. Nesse contexto, a agricultura regenerativa valoriza os micro-organismos presentes no solo, já que eles são fundamentais para a manutenção da terra. Por isso, um dos mecanismos desse tipo de agricultura é o desenvolvimento e a utilização de biofertilizantes preparados com materiais naturais, que são posteriormente disponibilizados para o agricultor. Esses biofertilizantes enriquecem o solo e beneficiam a cultura com micro-organismos.
Em Itapetininga, o projeto está sendo realizado com o processo de implementação da “adubação verde”, prática na qual plantas atuam como ferramentas para melhorar as qualidades químicas, físicas do solo e biológicas e que ganha cada vez mais adeptos por sua praticidade e retorno financeiro junto a produtores da chamada “agricultura familiar” e sendo desenvolvido por meio de capacitações e acompanhamento técnico às propriedades rurais.
Até o momento, 14 produtores aderiram ao projeto, de oito diferentes localidades rurais do município - Faxinal do Rio Acima, Tupy, Sabiaúna, Pinheiro Alto, Capão Alto, Campo do Meio, Conceição e Peruba.
Dona Lúcia Bueno Soares é um dos exemplos de produtores beneficiados com o projeto. Aos 44 anos, ela dá os primeiros passos na atividade agropecuária, com a criação de 25 cabeças de gado leiteiro, porcos e galinhas em sua propriedade localizada no bairro Faxinal do Rio Acima.
Há três anos dedicada integralmente ao trabalho em sua propriedade, a agro empreendedora, com o incentivo e orientação dos técnicos da Prefeitura de Itapetininga, aderiu à proposta da prática da Agricultura Regenerativa e explica como a nova experiência pode gerar economia e aumentar a rentabilidade na produção de leite de seu rebanho.
“Esta é a primeira vez que utilizamos esse método. De adubo verde, recebemos uns 3 kg de sementes de mourisco, 2,5 kg de mileto e 2,5 kg de braquiária, além de 1,5 tonelada de calcário. Fizemos a mistura e incorporamos ao solo. São 3 mil m² de área. Depois de uns 45 dias do solo preparado, enriquecido, iremos iniciar o plantio do Capim Açú que vai servir como alimento para as vacas. Isso vai gerar economia, porque antes o rebanho comia cana e napier (espécie de capim), e mais rentabilidade porque o gado passa a produzir mais leite”, contou entusiasmada a produtora que já comercializa sua produção de 35 mil litros anuais de leite a um laticínio.
A expectativa de aumento na produtividade e nos lucros, animam a produtora. Ainda iniciante no segmento agropecuário e descobrindo as possibilidades de expansão criadas com o aprimoramento das técnicas, Lúcia já tem planos traçados para os futuros ganhos com a atividade.
“Primeiro vamos continuar a investir na melhoria da pastagem e, depois, a gente vai aumentando e vendo as outras coisas”, disse com a consciência de que a prioridade, no momento, é ter foco total na ampliação de sua produção.
A aquisição dos insumos, calcário e as sementes que compõem o adubo verde, foi viabilizada através de recursos do Prêmio Cidadania no Campo - Município Agro, do Sistema Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável – SEDRUS, quando o município se destacou em todo o estado sendo premiado para investimentos no setor.
O projeto, considerado uma inovação na modalidade, inclui produtores em processo de transição agroecológica, se transformando em um incentivo à produção sustentável de alimentos no município, beneficiando produtores, o meio ambiente e consumidores.
Os produtores rurais que tiverem interesse em ter mais detalhes e informações sobre o projeto, podem entrar em contato com a secretaria Municipal de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento que fica à rua Monsenhor Soares, 251, na área central, ou ainda, através dos telefones: (15) 3272-9218 e (15) 3271-3538, sempre de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas.