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Geral - Quarta-feira, 21 de Junho de 2017

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Festas juninas e julinas: Os riscos e perigos dos “arraiás”

Cuidados em épocas de festa juninas e julinas


Festas juninas e julinas: Os riscos e perigos dos “arraiás”

Junho... Julho... Meses das tradicionais festas que animam pequenos, adolescentes, adultos e até mesmo idosos. Com esse frio na região de Itapetininga, que chega a marcar temperaturas quase negativas, os “arraiás” são comuns em casas, escolas, igrejas, praças e, principalmente, em sítios e fazendas.

Nessas festas, nada melhor do que ver meninos fantasiados com bota, chapéu e camisa xadrez, e as meninas com os vestidos rendados. Papais e mamães também acompanham os filhos e, muitos, vão a caráter. Geralmente, as festas conhecidas como “juninas” ou “julinas” têm as barraquinhas com comidas típicas da região, principalmente o bolinho de frango, que é tradição em Itapetininga, além de bebidas quentes que dão aquele gostinho especial para esquentar ainda mais. Um momento de alegria e diversão para toda a família, mas é preciso ATENÇÃO.

Uma dica importante, segundo o Secretaria de Obras e Serviços da Prefeitura é na hora de montar barracas, palanques e palcos. A indicação é estar com distância mínima de 1,5m em relação à rede elétrica. A montagem de qualquer festa deve ser feita com segurança. É importante também que os operários fiquem atentos ao manusear vergalhões e outras peças metálicas, que podem atingir a rede elétrica. Neste caso, a pessoa corre o risco até de morte.

Ainda de acordo com a Secretaria de Obras e Serviços, é importante que um profissional da área seja o responsável pela montagem de cada ambiente, principalmente ao checar se as instalações elétricas estão de acordo, sem apresentar nenhum risco, tanto para quem está ali trabalhando, como para aqueles que aproveitam a festa.

Segundo especialistas, as bandeirinhas são muito bonitas e, certamente, enfeitam a festa, mas não devem ser penduradas nos postes de energia. Nunca, jamais, devem ser feitas ligações clandestinas nestes locais. O risco de acidente com eletrocussão é muito grande e a festa pode se transformar em uma tragédia.

Dados da Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, mostram que em 2016 os acidentes, em todo o país, nestes locais somaram 99 ocorrências que tiraram 32 vidas. Não foram todas em festas juninas, mas certamente um número considerável de pessoas morreram ao pisar em fios desencapados no chão destas festas, ou tocaram em barracas energizadas por instalações elétricas feitas de qualquer jeito. Os acidentes com eletricidade nas áreas rurais, sítios e fazendas onde muitos “arraiás” são feitos, somente em 2016, foram 101 mortes.

Somando, no Brasil, foram 133 mortes em locais possíveis de se realizar uma festa junina. Esse número é de acidentes com choque elétrico. Se acrescentar os acidentes que envolvem incêndios ou princípios de incêndios gerados por curtos-circuitos nas instalações elétricas soma-se, em 2016, um total de 70 ocorrências com duas mortes.

O Diretor Executivo da Abracopel, engenheiro Edson Martinho, lembra: “Um alerta para os pais que vão participar de festas juninas com seus filhos: ao chegar ao local prestem atenção em todo o entorno da festa. Observem a estrutura das barracas, vejam se não existem fios de energia passando por locais onde vocês irão pisar, gambiarras não fazem parte da festa. Fique atento, afinal só é preciso um descuido para o acidente acontecer!”.

 

Lei em vigor

A Prefeitura de Itapetininga sancionou uma lei, em abril deste ano, que proíbe o uso de rojões e fogos de artifício com som na área urbana. O objetivo é evitar danos à saúde de autistas, deficientes auditivos e também o bem estar de animais, além do bem estar de vizinhos de locais onde rojões e fogos são comuns.

A multa para quem for flagrado descumprindo a lei é de R$ 3 mil para pessoa física e R$ 10 mil para empresas. Segundo a lei, os rojões e fogos de artifício com som são permitidos somente na zona rural.

"Na zona urbana, a fiscalização é de responsabilidade da prefeitura. São os funcionários que têm competência para aplicar uma penalidade. Nós esperamos nesses casos individualizados que alguém, algum munícipe, dê o direcionamento para saber de qual casa saiu e com a possível indicação do infrator”, afirma o assessor de gabinete do Executivo.

Donos de cães aprovaram a medida. De acordo com Giorgi Matarazzo que é dono de dois animais. A cadelinha Mel, de um ano, e a Laica, de um ano e meio, a lei vem contribuir e muito para a saúde do animal. “Toda vez que havia estouro de rojões, elas enlouqueciam e ficavam nos cantos da casa chorando. Isso era um absurdo. Acredito que só mexendo no bolso do cidadão é que as pessoas vão respeitar”, diz.

 

Guarda Civil Municipal

Nestes meses do ano, em que as festas rodeiam casas, chácaras e fazendas, a Comandante da Guarda Civil Municipal de Itapetininga, orienta que é necessário muito cuidado. “A pessoa nunca deve soltar nenhum tipo de fogos de artifício de local fechado e muito menos, em aglomerado de gente. Uma faísca pode gerar um curto circuito e matar alguém”, salienta.

Ela disse ainda que, mesmo tendo cuidado, a pessoa que solta o rojão, por exemplo, deve estar atenta. Na área urbana, tem que ser longe de crianças, adolescentes e também de fios elétricos e verificar se não há terrenos baldios com mato alto e seco, o que pode, consequentemente, um incêndio. O mesmo é na zona rural. “Todo cuidado é pouco. É uma época em que as famílias querem curtir as tradicionais festas, mas é preciso atenção para evitar futuros problemas”, completa.  

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