Foi em uma manhã de inclusão esportiva no Centro de Iniciação ao Esporte (CIE) da Estação Cidadania, que conhecemos a história de duas jovens entrelaçadas por esforço, superação e laços familiares. Elas são atletas da modalidade bocha BC3 e estiveram juntas competindo no Festival Paralímpico Loterias Caixa 2025, em Itapetininga.
Antes de contarmos a história das atletas, vamos explicar para quem não conhece o que significa essa modalidade. É uma classe específica na bocha paralímpica, destinada a atletas com deficiências severas que necessitam de um dispositivo auxiliar chamado calha (ou rampa) para lançar as bolas, além de um auxiliar, conhecido como calheiro, para posicionar a calha e entregar a bola, seguindo as instruções do atleta.
Em Itapetininga, temos a Nataxa Aparecida de Andrade que já foi medalha de bronze na classe BC3, nas disputas do Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica de Jovens e da Paracopa SESC, realizados em Curitiba, no Paraná. Foi Campeã Paulista e Campeã Brasileira das Paralimpíadas Escolares, Nataxa Andrade também já competiu no torneio que é uma das etapas do processo seletivo para a Seleção Brasileira Paralímpica.
Nataxa que não mede esforços para mostrar determinação em competições, conta com o apoio da mãe, que é calheira dela, Noeli Aparecida Costa. Noeli largou a profissão de costureira para se dedicar a cuidar plenamente da filha. Ela contou que recentemente, conseguiu a Bolsa Nacional para ajuda nos custos.
Quem estava acompanhada com a Nataxa nessa demonstração da modalidade no dia do evento, que foi em junho deste ano, era a Marina Oliveira. Aos 29 anos, a jovem é formada em Administração e Tecnologia de Informação. Também concluiu a pós-graduação em Administração e trabalha como servidora pública, em Tatuí. Segundo a mãe, Ana Cristina Costa, a força de vontade define Marina, que tem paralisia cerebral.
“Minha filha não reclama de nada. Se comunica por meio do aplicativo de mensagem e agradece a Deus todos os dias. Enquanto muitas pessoas sonham em ganhar um carro, ela chorou ao ganhar uma cadeira de rodas”, disse Ana Cristina, que tem como calheiro, o pai dela, Volney Oliveira.
Duas jovens. Duas guerreiras. Duas paratletas que representam nossa região. Ser atleta envolve não apenas a conquista de resultados esportivos e sim a jornada de adaptação e vitórias diante de desafios físicos e sociais. Manter a motivação sempre em alta, estar focado na eficiência, na liderança e no futuro.