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Cultura - Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2019

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Itapetininga é premiada com dois projetos socioeducativos e culturais no Estado de São Paulo

Dois projetos de Itapetininga foram classificados e premiados


Itapetininga é premiada com dois projetos socioeducativos e culturais no Estado de São Paulo

Dois projetos de Itapetininga foram classificados e premiados no programa “Pontos de Cultura” do Governo do Estado de São Paulo, por meio da parceria entre a Secretaria Estadual de Cultura e Ministério da Cultura.

 

“Interferência Cultural” foi o tema apresentado pelo Cesim (Centro Social Irmã Madalena), onde foram mostradas todas as atividades desenvolvidas no projeto, em funcionamento na cidade há 18 anos.

 

O outro projeto foi “Coletivo de Contadores de Histórias – Caminhos das Pedras”, de Lucas Melo e Kátia Baroni, que levam a contação de histórias para diversos espaços e países.

 

Ao todo, foram 144 projetos apresentados durante cerimônia em São Paulo. Destes selecionados ao programa que atende à Política Nacional Cultura Viva do Ministério da Cultura, 100 compreendem entidades culturais sem fins lucrativos de constituição jurídica e 44, coletivos culturais sem constituição jurídica. O valor do incentivo é de R$ 60 mil reais para cada um deles.

 

O talento dos trabalhos realizados por entidades e projetos culturais de Itapetininga, já colhem os frutos no início deste ano. Por meio do auxílio da Secretaria de Cultura e Turismo de Itapetininga, todos os interessados em participar do edital tiveram orientação do produtor cultural, Ari Holtz Neto.

 

 

A premiação também contemplou outros 200 projetos com um Kit Audiovisual, com equipamentos de áudio e vídeo ou Kit Musical, com instrumentos de percussão.

 

Os Vencedores

“Interferência Cultural”. O título previamente exprime uma análise semiótica - o objetivo é claro. Interferir na vida e auxiliar na construção de alicerces sociais, por meio da cultura. A entidade que abriga o projeto é o Cesim (Centro Social Irmã Madalena). Criado em 2001, está localizado no bairro Jardim Nova Era, região do bairro Taboãozinho, que abrange uma população de aproximadamente 10 mil habitantes. Atualmente, 210 crianças e adolescentes participam das atividades.

 

Para a presidente da entidade, Irmã Mariza de Fátima Assis, foi a realização de um sonho estar entre os premiados. “Recebemos todo o apoio e incentivo da Secretaria de Cultura e Turismo de Itapetininga para que nossas atividades desenvolvidas com as crianças e jovens fossem apresentadas ao Estado de São Paulo. Pensar em ações e agir reflexivamente estão na base de toda a nossa ação educativa”, enfatizou Irmã Mariza, que esteve na prefeitura para falar e mostrar o projeto apresentado ao lado de dois parceiros que fazem parte do Cesim.

 

Reginaldo Aparecido Rosa é instrutor do grupo Abadá Capoeira e em 2005 decidiu aderir à parceria cultural, esportiva e educativa com o Cesim. “O Taboãozinho é um bairro muito grande e que está em crescimento. E é notável que a fomentação cultural e esportiva torna-se necessária. A ideia da entidade é preparar essas crianças e jovens ao mercado de trabalho, por isso trabalhamos a questão social e educativa”, comentou Reginaldo.

 

Outro destaque no Cesim, é o Maracatu “Gunga da Terra”, fundado em 2014. O oficineiro é o Christian Ayres, que fora do Cesim, coordena o grupo em diversas apresentações em Itapetininga.

 

O Maracatu é uma manifestação artística, vinda de Pernambuco, que envolve danças e músicas, sem esquecer-se das regras e da disciplina, valores essenciais ao aprendizado destas culturas em paridade a educação básica. Ressalta-se um desígnio fundamental do trabalho desenvolvido, a vivência cultural. “É através da Capoeira e do Maracatu que tentamos fazer que as crianças e jovens que nós atendemos redescubram suas identidades culturais, apresentando tradições brasileiras riquíssimas, que não estão presentes aqui no interior de São Paulo”, comentou Christian.

 

Outro ponto de destaque no Cesim é a inclusão. “É muito importante incluir socialmente pessoas com deficiência. Contamos com uma aluna que cresceu frequentando a entidade, e para quem participa do projeto, não há diferença e sim socialização. Só assim teremos um mundo cada vez melhor e mais unido”, finalizou a presidente, Irmã Mariza de Fátima.

 

Destaque também ao premiado projeto de Itapetininga, “Coletivo de Contadores de Histórias – Caminhos das Pedras”, de Lucas Melo e Kátia Baroni. Duas pessoas que amam contar histórias e levam essas narrativas para diversos pontos de cultura, não apenas em Itapetininga e região e sim, para vários países.

 

De acordo com Lucas, ele mesmo descreve. “Somos artistas há muito tempo, e todo artista conta alguma história.  Em 2013 iniciei uma editora com o objetivo de lançar alguns livros de minha esposa e parceira, Kátia Baroni. Com o livro "SOUTO - O passarinho que vivia preso", iniciamos um trabalho intenso de contação de histórias e teatro de sombras para sua divulgação, acompanhando o trabalho lindo de nossa conterrânea, Milene França. Milene foi chave para nossa formação, pois sob sua indicação, buscamos aperfeiçoamento na área com excelentes e reconhecidos contadores de histórias, como Kelly Orasi, Analu Lacombe e Simone Grande. Desde então, participamos de diversos festivais nacionais e internacionais, contando nossas histórias pelo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Portugal, México e Uruguai”, destacou.

 

Ainda de acordo com ele, com a rede de contatos que obtiveram, criaram um coletivo informal que permitiu participar do edital e também de editais de outros estados do Brasil e até mesmo do Ministério de la Cultura de Colômbia.

 

“Agora recebemos um prêmio de suma importância, que é o reconhecimento de nosso trabalho como um Ponto de Cultura, ou seja, somos reconhecidamente catalisadores da cultura brasileira e latino-americana e, com isso pretendemos estender nossa atuação, inclusive aprofundando suas raízes em nossa região sul-paulista”, frisou Lucas.

 

E acrescentou ainda que “muita novidade vai surgir por este ano”. Pretendemos realizar formações e cadastramento de contadores de histórias visando o fortalecimento de nossa rede. Tudo será com tranquilidade e de maneira orgânica, pois como o nome já sugere, seguimos pelo caminho das pedras”, finalizou o premiado.

 

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