São 4h40 da manhã. Ainda sob a escuridão do primeiro dia de agosto, que começa com temperaturas baixas, o casal Luiz dos Santos e Maria Zulmira de Oliveira se prepara para mais uma jornada de trabalho na propriedade rural que fica às margens da Rodovia SP 169, próxima ao Distrito da Conceição, em Itapetininga. Como de costume, sempre às 18 horas, o trabalho se encerra ignorando, inclusive, o descanso de sábados, domingos e feriados.

Ambos, acostumados a esta rotina desde crianças, não se importam com os desafios que a natureza lhes impõe. Pelo contrário, compartilham com ela, toda a alegria proporcionada pela lida diária com o rebanho de 40 vacas holandesas retribuindo a parceria com sustentabilidade e dedicação nos 36 hectares do sítio da família.

Ele, aos 49 anos, além do milho e das hortaliças, cultiva a serenidade e a perseverança próprias ao homem do campo que, com sabedoria e dedicação, sabe entender as necessidades da terra que lhe dá o sustento.

 A esposa, dona Maria Zulmira de 43 anos, que traz em sua vida as mesmas virtudes do “Sêo” Luiz, revela também seu entusiasmo contagiante ao relatar o sucesso conquistado com o aumento da produção do rebanho leiteiro. “É a conquista de pequenas coisas que se tornam grandes. Com a venda do leite já compramos o trator e a ordenhadeira que facilita bastante nosso trabalho. Mas o mais importante é poder manter nossa filha única, Júlia, na faculdade de Biologia em Bauru”, comenta orgulhosa enquanto um galo canta anunciando o sol já alto.

E a alegria não é para menos. Graças ao apoio da secretaria de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento de Itapetininga e à parceria da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e do Sebrae, com o Programa “Bacia Leiteira”, a produção de leite no sítio do Luiz e da Maria aumentou de 120 litros mensais para a impressionante marca de 400 litros ao mês, um salto de mais de 300% na produtividade.

“Nossa parceria com o Sebrae e com a CATI tem dado ótimos resultados junto aos produtores de Itapetininga. Com a integração dos nossos conhecimentos, esperamos ampliar ainda mais esse programa”, diz a secretária de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento.

Com a orientação técnica, oferecida aos produtores com visitas periódicas à propriedade, foi implantado o sistema rotacionado que, diferente da pastagem extensiva, onde o gado fica solto no pasto, utiliza o pastejo em piquetes, melhorando a produtividade e trazendo, ainda, a preservação da qualidade do solo e redução de custos.

“Hoje temos um lucro superior a 250% em nossa atividade. Todo leite que produzimos é vendido para uma cooperativa de laticínios em Itapetininga. Mesmo no inverno, quando a produção naturalmente caia, nossa produtividade vem se mantendo. Agora, com mais mão de obra para trabalhar com a gente, podemos chegar até a 1000 litros por mês”, diz a produtora animada com a perspectiva de crescimento.

Valorizando a vocação agropecuária natural de Itapetininga e o excelente desempenho do “Bacia Leiteira”, a Chefe do Executivo demonstra seu entusiasmo com o Programa. “O trabalho do nosso homem do campo, que de sol a sol constrói a riqueza de nossa terra é, para mim, sempre motivo de grande orgulho. Quero registrar meu reconhecimento a todos os envolvidos pelo apoio na realização desse projeto. Que esta iniciativa cresça e que seus frutos nasçam cada vez mais fortes para nossa Itapetininga”, comenta a Chefe do Executivo, que acompanhou e incentivou o programa desde o seu início.

Programa “Bacia Leiteira”

Mas esta é apenas uma das dezenas de histórias de sucesso de famílias de pequenos produtores espalhadas pela área rural de Itapetininga que são atendidas atualmente pelo Programa “Bacia Leiteira”.

Com base no apoio ao agronegócio e ao pequeno produtor, o município larga na frente abordando temas como capacitação e aumento da produtividade. O Programa “Bacia Leiteira” oferece, desde o início do ano passado, suporte técnico oferecido pela Prefeitura e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e orientações em gestão oferecida pelo Sebrae.

Desde 2017, em Itapetininga, aproximadamente 50 famílias já foram beneficiadas com o programa que leva orientações sobre técnicas de manejo adequado, consultoria sobre a gestão das propriedades e aumento da produtividade e da renda.